A Neuroarquitetura é uma área de estudo que busca entender como a arquitetura pode influenciar o nosso bem-estar diário quando pensada junto a conceitos da neurociência e da filosofia. Para além da beleza dos materiais, móveis e designs escolhidos, um projeto arquitetônico com base nesse conceito pode estimular sensações de acordo com a necessidade de quem usufrui daquele ambiente.
Veja só, você já se sentiu mais leve e relaxado só de estar em um determinado espaço? Claro, isso pode ser comum quando se faz aquela visita aconchegante a, por exemplo, uma casa de vó. Mas quando pensamos em Neuroarquitetura, isso vai um pouco adiante, pois são considerados elementos para criar gatilhos sensoriais de felicidade como a entrada de luz natural, a presença da natureza e até estímulos visuais para aumentar a criatividade.
No artigo de hoje, o Casoca conta um pouco mais sobre esse campo de estudo que vem ganhando espaço entre arquitetos e designers de interiores. Além disso, convidamos a arquiteta e especialista em neurociência, Lorena Barros, para um bate-papo especial para o Perspectivas Casoca, que traz insights importantes sobre o tema.
O que é a Neuroarquitetura e como ela afeta o nosso bem-estar?
A Neuroarquitetura é uma disciplina que explora a junção de conceitos da arquitetura e da neurociência, investigando como os ambientes construídos podem afetar a mente e o comportamento humano. O conceito surgiu em meados dos anos 1990, quando profissionais começaram a perceber a importância da psicologia ambiental e a influência que o design dos espaços exerce sobre as emoções e a saúde mental.
Um dos principais nomes responsáveis pela popularização da Neuroarquitetura foi o arquiteto e psicólogo Gregory J. Carliner, que enfatizava a necessidade de projetar ambientes que não apenas satisfaçam as necessidades funcionais, mas também promovam o bem-estar psicológico.
Dessa forma, a Neuroarquitetura se baseia na compreensão de como a luz natural, escolha de cores, texturas, formas, layout do espaço e outros fatores da arquitetura e design impactam a nossa cognição, a criatividade e o estado emocional.
Ambientes projetados com atenção aos princípios neuroarquitetônicos também podem melhorar a produtividade em locais de trabalho, facilitar a aprendizagem em instituições educacionais e acelerar a recuperação em ambientes de saúde, como os hospitais onde há grandes períodos de internação.
Além disso, a inclusão de elementos naturais para deixar esses espaços mais agradáveis pode reduzir níveis de estresse e ansiedade, o que contribui para um estado emocional mais positivo. Estudos relacionados ao tema indicam que ambientes que favorecem a interação social e proporcionam conforto físico e psicológico têm um impacto direto na satisfação e na qualidade de vida das pessoas.
Onde aplicar a Neuroarquitetura?
Agora que você já sabe o que é e quais são os benefícios da Neuroarquitetura, pode estar se perguntando: como e onde posso aplicar essa prática?
Nos últimos anos, espaços que vão de escritórios coworking até escolas e hospitais vêm investindo em uma ambientação projetada com base nos princípios de Neuroarquitetura e que busca promover o conforto dos indivíduos ali presentes. Segundo a arquiteta e especialista em neurociência, Lorena Barros, “trazer a natureza para dentro desses espaços por meio do design biofílico pode contribuir para mais relaxamento, calmaria e bem-estar”.
Um exemplo disso é o Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro. Localizado em uma área urbana da cidade carioca, o espaço agora conta com um solarium projetado para que o paciente tenha mais contato com a natureza durante a recuperação, podendo observar o céu e sentir a luz solar, e evitando o delirium por confinamento, comum em internações de maior duração.
Ambientes escolares projetados para incentivar a colaboração e a flexibilidade, com móveis adaptáveis e espaços de aprendizado variados, também podem melhorar a atenção e o desempenho dos alunos no campo escolar.
Por isso, algumas dicas para quem quer trazer os conceitos da Neuroarquitetura para o dia a dia são:
- Considerar fatores como acústica, ergonomia e temperatura dos ambientes, visando um espaço que acolha e promova bem-estar.
- Criar ambientes que possam ser facilmente reconfigurados de acordo com as diferentes necessidades e estilos de interação de quem usufruir dali.
- Utilizar plantas, luz natural e texturas como madeira, mesmo quando o material não for natural, para melhorar a experiência dos indivíduos daquele ambiente.
E quando se fala em iluminação, é importante pensar que um ambiente com mais claridade também nos ajuda a ter conexão com as etapas do dia. Mas, como nem todo espaço pode contar com a entrada de luz solar, uma boa solução é apostar na neuroiluminação.
“Essa é uma iluminação que é pautada na luz do sol, começando com uma luz branca que ao longo do dia fica mais amarelada”, diz Lorena. Em ambientes como esse, onde existe a possibilidade de utilizar soluções digitais como as lâmpadas inteligentes, é possível fazer com que as pessoas se sintam mais conectadas com as fases do dia, mesmo em um espaço fechado, o que contribui para a liberação correta de melatonina e traz bem-estar e mais produtividade.
Saiba mais sobre Neuroarquitetura com o Perspectivas Casoca
Em um bate-papo com a equipe do Casoca, a arquiteta e especialista em neurociência aplicada à arquitetura, Lorena Barros, fala sobre como a Neuroarquitetura pode ajudar a entender as reações do cérebro humano aos ambientes que estão à sua volta.
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